Está viajando nos EUA? Entenda por que voos serão cancelados no país a partir de hoje e o que fazer se for o seu
Fonte: O Globo
A Administração Federal de Aviação (FAA na sigla em inglês) dos EUA
anunciou que vai reduzir em 10% a capacidade programada de voos em 40
aeroportos domésticos para aliviar a sobrecarga do sistema causada pela
paralisação do governo dos Estados Unidos (shutdown).
Essa medida pode impactar as companhias aéreas e centenas de milhares de
viajantes diariamente, inclusive brasileiros em trânsito nos EUA.
Nos EUA, uma média de 2,5 milhões de pessoas passam pelos pontos de
verificação de segurança dos aeroportos todos os dias — número que tende a
aumentar com a aproximação da temporada de festas. E esta paralisação, a mais
longa da história do país, não dá sinais de que vá terminar em breve.
Segundo a empresa de dados Cirium, se as medidas afetarem os 40 maiores
terminais dos EUA, até 1.800 voos poderão ser cortados.
Confira o que esperar:
Quais aeroportos serão afetados?
A FAA ainda não divulgou a lista dos 40 aeroportos impactados, mas os
maiores aeroportos dos EUA serão afetados, de acordo com informações
preliminares enviadas às companhias aéreas pelo governo dos EUA.
A lista inclui aeroportos da região de Nova York, como LaGuardia, Newark
Liberty International e John F. Kennedy International; os principais aeroportos
da Califórnia, como Los Angeles International e San Francisco International; e
os principais aeroportos de outras partes do país, como Chicago O'Hare
International, Miami International, Denver International e Hartsfield-Jackson
Atlanta International.
Autoridades governamentais informaram anteriormente às companhias aéreas
que elas provavelmente teriam que reduzir a capacidade de voos em 4% na
sexta-feira, com o aumento gradual para 10% em algum momento da próxima
semana, disseram pessoas familiarizadas com os planos.
A United Airlines anunciou que está reduzindo 4% da capacidade de voos nos
EUA na sexta-feira, sábado e domingo, de acordo com um porta-voz da
empresa. Os cancelamentos somam menos de 200 voos por dia.
Autoridades governamentais disseram na quarta-feira que querem aliviar a
pressão sobre os controladores de tráfego aéreo, profissionais essenciais que
mantêm as viagens aéreas seguras e dentro do horário.
A redução da capacidade também alivia a pressão sobre os agentes da TSA nos
pontos de controle e os oficiais da Alfândega e Proteção de Fronteiras dos
EUA. Desde o início da paralisação, mais de 3,4 milhões de passageiros
sofreram atrasos e cancelamentos devido à falta de pessoal, de acordo com
Chris Sununu, presidente e diretor- executivo do grupo comercial do setor
Airlines for America e ex-governador republicano de New Hampshire.
A redução do tráfego de passageiros deve ajudar a diminuir a pressão sobre o
sistema.
Quais rotas serão afetadas?
A medida deve afetar apenas voos domésticos, embora os detalhes ainda
possam mudar.
Os voos internacionais e as rotas entre hubs da United Airlines não serão
afetados, afirmou o CEO Scott Kirby em comunicado. Os hubs domésticos
incluem Chicago O’Hare, George Bush International em Houston, Denver
International, Los Angeles International (LAX), San Francisco International
(SFO), Washington Dulles e Newark Liberty.
“Vamos concentrar nossas reduções de voos nas rotas regionais e nos voos
domésticos principais que não conectam nossos hubs”, informou o
comunicado.
As companhias aéreas normalmente aumentam a oferta de assentos em
novembro, antes do Dia de Ação de Graças, um dos períodos mais
movimentados do setor. Com essa capacidade adicional, a United acredita que
conseguirá encontrar assentos para os clientes, mesmo que seus voos sejam
cancelados.
A American Airlines também afirmou que a “grande maioria” de seus clientes
não será afetada e que as viagens internacionais continuarão conforme o
programado.
Já a Delta Air Lines informou que espera operar a maioria de seus voos
conforme o planejado, inclusive os internacionais de longa distância, e que
oferecerá “flexibilidade adicional aos clientes que viajam de, para ou através dos
mercados afetados”.
Um avião da Delta Air Lines decola perto da torre de controle de tráfego aéreo
do Aeroporto Nacional Ronald Reagan Washington (DCA) em Arlington,
Virgínia — Foto: Bloomberg
E se o meu voo for cancelado?
A maioria das companhias ainda não informou se reembolsará os passageiros
caso o voo seja cancelado e não seja possível remarcá-lo. Por isso, os viajantes
devem ler atentamente as condições nos próximos dias.
“Qualquer cliente que viaje durante este período tem direito a reembolso se não
quiser voar — mesmo que seu voo não tenha sido afetado”, afirmou a United.
Isso inclui passagens não reembolsáveis e tarifas econômicas básicas.
A Delta informou que dispensará as taxas de cancelamento e aplicará o valor
em novas passagens. A empresa sediada em Atlanta também dispensará as taxas
para alterações únicas e diferenças de tarifa, desde que sejam para a mesma
classe tarifária e destinos.
A Delta espera cancelar cerca de 170 voos na sexta-feira, informou a empresa
em comunicado.
O CEO da Frontier Airlines, Barry Biffle, deu um conselho aos passageiros em
um post no LinkedIn:
“Dado o risco de cancelamentos, eu sugeriria que os passageiros comprassem
uma passagem reserva com outra companhia aérea que decolasse após o
primeiro voo. Assim, se o seu voo for cancelado, você terá uma alternativa
imediata.”
O que devo saber antes de ir ao aeroporto?
Com o aumento dos cancelamentos e a transferência de passageiros para outros
voos, a disputa por assentos deve crescer. Além de acompanhar e-mails, sites e
aplicativos das companhias aéreas em busca de atualizações, é importante fazer
o check-in antecipadamente sempre que possível, para garantir o assento.
Também é recomendável chegar mais cedo ao portão de embarque, já que as
filas nos pontos de verificação podem ficar ainda mais lentas enquanto a
paralisação continuar.